23/11/10

sinto falta.


como todos repararam já não partilho memórias, desabafos (...) há tanto tempo. não só por falta de tempo mas porque não tinha intenções de escrever o que sinto, pois o que eu sinto é tão inexplicável.
perdi tudo. a confiança em mim, nos meus sentimentos, em tudo o que me rodeia, nas minhas origens, sinto falta do meu passado, dos meus sorrisos constantes.
procuro uma maneira simples para que toda esta dor desapareça, eu? refugio-me no meu mundo onde só estou bem à minha maneira, onde o que pretendo é desligar-me de momento, do meu presente, daquilo que tenho a fazer e pensar em mim pois agora é só nessas alturas que posso pensar apenas em mim. onde eu sinto que ainda sei tomar conta de mim, da mesma maneira, com a mesma intenção, a mesma garra e a mesma vontade. 
desde sempre que me valorizei por ser o que sou, por ter tudo o que tenho e ser tudo o que sou e não quero que mude por medos meus que nunca antes senti. 
todos os meus sorrisos, a vontade de querer ser feliz e viver a vida era tanta que não ligava a meios para atingir os meus fins e por vezes tornava-me MUITO egoísta, mas não podia abdicar de nada só porque alguém se lembrava de tudo o que não fui ou tudo o que não fiz para agradar esse alguém. não, não sou perfeita e por vezes até que tento ser, mas não para agradar ou para poder melhorar, apenas acho que tenho capacidades para ser feliz e fazer feliz, falho por vezes mas sei sempre melhorar cada erro cometido.
se pudesse estaria sozinha, a rir-me sozinha, a chorar sozinha, a falar sozinha, a viver neste mundo COMPLETAMENTE sozinha, mas para quê ser um alguém deveras mesquinho e comentado por todos, se posso partilhar tudo com quem merece ou mesmo quem não merece? 
podia ser tudo tão simples, podiam ser todos capazes de ser tão simples e nada problemáticos, podiam ser, sei lá: pouco críticos e saberem estar numa boa sem complicações, tipo eu. eu não sou um ser complicado, sou tão directa e dinâmica. gosto dos meus sonhos, da minha vida, de ser eu mesma, de saber sorrir, saber chorar, ter sentimentos só meus, segredos, amizades (...) gosto que isto tudo seja MEU sem ninguém a opinar ou a dizer que tudo está mal  (...) sou tão robusta, tenho estilos tão práticos, eu mesma sou tão prática e pouco persuasiva. 
agora qualquer coisa que faça é porque estou a tentar impressionar alguém, qualquer coisa que diga (...) tudo o que uma pessoa faça tem de ser para alguém específico (...) todos nós temos uma vida, escolhas e cada um tem de saber cuidar e aproveitar cada alternativa e cada obstáculo a seguir. 
apesar de tudo isto ser o meu verdadeiro eu, existe tanta gente nova que me confunde, que me interpreta de uma forma que para mim era desconhecida e quando procuro alguém que me sabe mostrar a realidade, parece que a minha coragem foi-se e eu? deixo de me exprimir e de cuidar do que é meu. 
preciso do meu espaço, preciso de me retirar do mundo dos outros, preciso de esconder partes da minha vida, preciso de voltar a encontrar-me, porque eu própria levei-me aos extremos, fiz com que tudo fosse desta forma sem necessidade e o motivo ainda não foi bem explícito porque eu própria não percebo.
tento me concentrar em mim e só me chegam mais problemas e por muito que digam que eu sou egocêntrica, uma egoísta, ainda desperdiço o meu tempo, o tempo que ando a precisar a ajudar e por vezes ajudar pessoas que os problemas são tão inúteis ou tão fúteis, sem comparação com os meus.
quero o meu pai, quando penso nele uma parte de mim ainda fica mais fácil de ser resolvida, um pouco de dança abstrai-me de tudo o que me deixa tensa e complexa, um pouco de música ainda me deixa aliviada e pensativa e um pouco de tempo só para mim dá-me um eu mais  eu e que eu amo e preciso.
vou ter de mudar, mudar para o que era, por mim porque eu desde sempre me valorizei, porque eu sempre me respeitei e porque eu tenho sentimentos qualitativos e necessitados por mim e por mim eu mereço tudo e muito mais.
o meu mundo pode ser um local com quatro paredes, barulhento, deserto, harmonioso, sentimentalista, chuvoso, em tempo de sol, florestal (...) desde que eu sinta que eu sou eu e que é por mim que lá estou, que me sinto bem onde estou, nada nem ninguém me vai destruir isso, com nada, tudo por mim, tudo por mim.

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